Siga seu próprio modelo

19:03

Desde a antiguidade houve uma certa influência para ter um padrão de beleza da época, isso se torna cada vez mais forte nos dias atuais, as pessoas fazem de tudo para chegar ao nível desejado e conquistar aquilo que a mídia impõe. Decidimos abordar esse tema, pois ele é bem discutido, vamos mostrar também a opinião das pessoas nas ruas, como elas se sentem em relação a essa ditadura da beleza e para fechar essa discussão, uma entrevista com a jornalista e blogueira Gabriela Mayer, que mostrará seu ponto de vista.
Como dito na seção “sobre” iremos abordar a teoria da comunicação “Agenda Setting” (Maxwell E. McCombs *1938 e Donald L. Shaw *1936) , de fato ela se enquadra no tema em questão e nos ajuda entender mais sobre esse modelo de “corpo ideal”, a teoria diz em que pensar, como pensar e o que pensar sobre os fatos noticiados, manipulando a sociedade por todos os meios de comunicação de massa. Quando surgiu a ideia de fazer a entrevista com pessoas comuns, não imaginávamos que seria essencial pois a voz da população diz o que elas sentem e comprova cada vez mais a existência de um padrão na sociedade, isso porque só estamos falando de beleza, mas há inúmeros fatores como a moda, notícias de telejornal, entre outros.
A TV de tal forma estabelece um estereótipo através de comerciais, novelas, propagandas e desfiles, que satisfazem a relação pessoal, e assim evoluindo para novas tendências que a mídia impõe em nosso meio, para que seja aceita na sociedade é necessário (com exceção de alguns) seguir essa regra, seja homem, mulher ou jovem, acabam sendo massacrados, indo em busca dessa possibilidade. Alguns exemplos de beleza que a mídia impõe: Mulheres sempre estão com aparência jovem, magras, altas, com a pele bem cuidada, existe a questão racial onde o maior número são pessoas de pele branca que se prevalece na mídia atual. Um exemplo bem claro de programa de beleza, super haver com a teoria em questão é o "Você Bonita" apresentado de segunda à sexta pela TV gazeta, ele pode ser bem útil para nos atualizarmos em várias questões como: Saúde, beleza, bem estar, mas por trás disso está os padrões novamente sendo impostos, sem perceber a manipulação ataca novamente dizendo o que devemos ser, consumir, entre outros.
A preferência pela magreza na publicidade, onde o belo se refere as pessoas magras, a indústria de medicamentos nos últimos anos vem se tornando forte, a procura pelos remédios milagrosos, cirurgias plásticas, dietas duvidosas com efeitos rápidos, prejudicando a saúde, devido a isso é recomendado que procure um médico ou psicólogo, a obsessão pelo corpo ideal fez com que o psicológico de pessoas perfeccionistas desenvolvesse distúrbios alimentares, acarretando outros problemas também.


Fonte: Facebook
Terminando a entrevista, Gabriela Mayer deixa um recado final para o tema: "O esforço coletivo é bastante importante para romper os padrões; a percepção individual é tanto quanto. Entender que o que está na capa da revista é irreal (ali tem luz, produção, photoshop etc) ajuda; colocar na capa da revista o diferente, a diversidade, o normal, o inesperado, quem nunca esteve lá, ajuda ainda mais. Como a mídia pauta as pessoas e as pessoas pautam a mídia, na medida em que a gente fortalecer o discurso de que o bonito não tem etiqueta, cada vez mais gente "normal", como você, eu e todo mundo, vai estampar as capas de revista. E isso vale para homens e mulheres."
Entrevistamos a Jornalista e blogueira Gabriela Mayer, comanda o Jornal da Cultura Primeira Edição ao lado de Aldo Quiroga e criadora do blog "Põe na Estante - um convite à literatura". Seu primeiro trabalho na TV Cultura foi como repórter do Jornal da Cultura. Gabriela se formou pela Faculdade Cásper Líbero e passou pelo jornalismo da TV Gazeta. Foi repórter e editora de internacional do Jornal da Record News com Heródoto Barbeiro e apresentadora do Hora News.


Autores da Agenda-Setting:

Maxwell E. McCombs 
Profissão: Professor e Jornalista.
Local de nascimento: 1939 em Birmingham no estado do Alabama, nos Estados Unidos.
Universidade de Formação: Formou-se em letras em 1960 na Tulane University
Atuação de Professor: Começou a carreira de jornalista, em 1961, como repórter do jornal New Orleans Times. Foi Diretor do Centro de Pesquisa Notícias da American Newspaper Publishers Association. Tornou-se Ph. D. (Doutor da Filosofia) pela Stanford University, começou a dar aulas em universidades como a de Los Angeles e  a da Carolina do Norte, passando depois pela de Siracusa.
Fonte: https://teoricosnocomando.wordpress.com/2012/06/03/maxwell-mclombs/




Donald L. Shaw 
Profissão: Professor de Literatura americana, Escritor e critico literário.
Local de nascimento: 11 de fevereiro de 1930 na cidade de Raleigh, na Carolina do Norte.
Universidade de Formação: estudou jornalismo na Universidade da Carolina do Norte
Atuação de Professor: Foi professor da Escola de Jornalismo e Comunicação Social da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.

Fonte: http://www.usu.edu/today/index.cfm?id=53809


A seguir, temos uma entrevista que fizemos com a jornalista Gabriela Mayer, que trabalha atualmente como âncora do jornal da Cultura (1ª Edição) e criadora do blog "Põe na Estante - Um convite à literatura", sobre o tema Padrões de beleza impostos pela mídia.


1) Jornalistas estão sempre bem arrumados, você acha que seu estilo e jeito influência na vida das suas telespectadoras?

Espero que não, mas pode influenciar. Ainda há uma supervalorização das imagens que a TV mostra. No caso do jornalismo, acho que não pela estética, mas pela associação que muita gente faz das figuras que estão a frente de telejornais com pessoas bem-sucedidas e com status elevado - o que não é necessariamente verdade. Meu objetivo é que o que eu digo seja mais importante do que a forma como me visto ou arrumo meu cabelo. O jornalista na TV continua sendo jornalista. A imagem tem a ver com credibilidade e não com padrões de beleza (ou pelo meno deveria ser assim).

2) A mídia de uma maneira geral interfere quando o assunto é ter um "corpo perfeito" ? Você acha que esses padrões são realmente impostos?

Os padrões sempre existiram e é muito provável que sempre existam. Eles mudam com o tempo, mas sempre há um parâmetro do que é bonito. A mídia certamente tem relação com essa cultura. As estampas nas revistas, nas propagandas são bastante homogêneas, você já sabe o que vai encontrar, sabe que as pessoas vão ser magras ou com músculos à vista, com cabelos brilhantes, com a pele perfeita. E é normal que as pessoas se espelhem naquilo, todo mundo quer se sentir bonito. O desafio é a gente entender que o bonito não é só isso e diversificar o que é mostrado como bonito.

3) Você pode dizer que já foi influenciada pelos padrões mostrados nos meios de comunicação?

Quem nunca? risos. Quando a gente se dá conta, está reclamando de pequenas imperfeições, que não mudam nada na nossa vida, mas fogem do padrão. Mas chega disso, né? Já tem muita gente dando um chega pra lá nos padrões e entendendo que as particularidades, a diversidade são muito mais belas.

4) Estamos estudando a teoria da comunicação "Agenda-Setting" ou seja, aquilo que a comunicação de massa fica "martelando" na cabeça das pessoas e as manipulam,  dizendo em que pensar, como pensar e o que pensar sobre os fatos noticiados. De que forma os padrões de beleza ficam cada vez mais evidentes na televisão?

A teoria do agendamento sugere justamente que as pessoas tendem a considerar mais importantes os assuntos noticiados, o que é veiculado pela imprensa. Ou seja, a mídia pauta a vida das pessoas. Mas aí há um ciclo, porque a vida das pessoas também pauta a mídia. Nesse tema, esse ciclo é muito evidente: as pessoas buscam um padrão porque é o que está estampado em todo lugar; e a mídia não para de falar disso porque vê que as pessoas fazem de tudo para alcançar um padrão. E aí entra também o jornalismo, porque, na busca por audiência, por capas mais vendidas, por cliques, por reportagens mais lidas, inclui na pauta os apelos da estética: como emagrecer em não sei quantos dias, as dietas mágicas, as fórmulas de quem perdeu muitos quilos, os segredos de um cabelo, pele etc perfeitos... Quando estamos falando de cuidar da saúde, o assunto é muito bem-vindo. Mas, na maioria dos casos, o enfoque é apenas estético - aliás, há casos em que a saúde é inclusive deixada de lado em nome da estética, como nas histórias de dietas milagrosas.

5) Porque será que não encontramos âncoras de telejornal acima do peso?  

Ainda estamos presos aos padrões. Mas, aos poucos, vamos quebrando isso. Nos Estados Unidos, muitas emissoras já deixam muito claro que a informação, a credibilidade e qualidade do trabalho são o que importa. Eles colocam jornalistas com aparências muito diversas a frente dos telejornais. Aqui, aos poucos acho que estamos caminhando para isso. É cada vez maior a clareza de que o jornalista é jornalista. A maioria não está ali para ler teleprompter, há um trabalho enorme por trás do que as pessoas assistem e, no geral, quem apresenta ajuda a pensar e a fazer o telejornal. Apesar de a aparência ser levada em conta na hora de escolher quem está no vídeo, também é preciso considerar o desempenho profissional e a capacidade de se comunicar com a câmera, bastante importante nesse caso.

6) Há alguma coisa que você abandonou ou deixou de fazer depois que começou a trabalhar na mídia (TV)?

Só ter folgas em feriados... risos. De resto, continuo fazendo as mesmas coisas.

7) Qual o seu recado final para esse tema?

O esforço coletivo é bastante importante para romper os padrões; a percepção individual é tanto quanto. Entender que o que está na capa da revista é irreal (ali tem luz, produção, photoshop etc) ajuda; colocar na capa da revista o diferente, a diversidade, o normal, o inesperado, quem nunca esteve lá, ajuda ainda mais. Como a mídia pauta as pessoas e as pessoas pautam a mídia, na medida em que a gente fortalecer o discurso de que o bonito não tem etiqueta, cada vez mais gente "normal", como você, eu e todo mundo, vai estampar as capas de revista. E isso vale para homens e mulheres.







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1 comentários

  1. I notice you have used my copyrighted image, the child with scissors.
    Could I ask that it is correctly credit to myself Meg Gaiger/Harpyimages
    thank you :)

    ResponderExcluir

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